Povos Baniwa e Koripako denunciam precariedade das escolas no rio Içana
Carta elaborada pela VI Assembleia Geral da Coordenadoria das Associações Baniwa e Coripaco – CABC sobre a situação e precariedade das estruturas físicas das escolas nas comunidades na região do Içana.
Nós representantes dos povos Baniwa e Koripaco, reunidos na VI Assembleia Geral sub-regional Eletiva do Içana e afluentes, ocorrida entre os 19 a 21 de maio de 2016, na comunidade de Assunção do Içana, somando um total de 260 pessoas entre lideranças de associações, delegados indicados pelas comunidades e demais participantes de várias categorias, vimos através deste manifestar a nossa insatisfação quanto aos descasos da Secretaria Municipal de Educação de São Gabriel da Cachoeira, quanto ao atendimento da Educação Escolar Indígena nas comunidades indígenas da região do rio Içana.
Os relatos de professores e lideranças apresentados na assembleia demonstrou notadamente que as escolas das comunidades apresentam-se com estruturas comprometidas, não se tem prédios escolares, precisa-se de novas construções, reformas e ampliações. Embora o papel das comunidades não seja de construir prédios das escolas, com o propósito de manter em funcionamento as atividades escolares nas comunidades, os comunitários juntamente com a escola constroem espaços para que os estudantes possam estudar em ambientes que possibilite a sua formação da forma como deveria ser realizada pela SEMEC. Mais uma vez ressaltamos que isso não é de responsabilidade da comunidade e sim do poder público.
Além da infraestrutura inadequada, existe atraso na entrega de materiais de expedientes, materiais didáticos e merenda escolar. A razão da nossa insatisfação se deve também pelas escolas da região do rio Içana, não ter recebido até a presente data, nenhum material didático e merenda escolar. Além disso, neste ano de 2016 a cota de gasolina do Programa Nacional de Assistência ao Transporte Escolar (PNAT) não foi repassado, comprometendo o deslocamento dos estudantes das suas comunidades até as escolas onde frequentam as aulas. Associado a essas problemáticas afirmamos que as escolas não têm recebido fardamento escolar, kits de cozinha, carteiras escolares entre outros.
Com relação às carteiras escolares, informamos que a falta destes são parte da maioria das reclamações dos comunitários e àqueles que se encontram nas poucas escolas que encontram na região, não estão em condições de uso. O caso mais grave aconteceu na Escola Municipal Indígena Tiradentes, onde a criança se acidentou por cima do parafuso que se encontrava exposto na parte do tablado que servia de apoio do caderno (foto acima).
Diante do exposto, encaminhamos para V. Sa esta carta para que sejam tomadas as devidas providencias.
Fonte:
https://walimanai.wordpress.com/2016/05/26/educacao-escolar-crianca-baniwa-se-acidenta-em-carteira-escolar-no-rio-ayari/